Mesmo quando não derramam lágrimas, os seus olhos têm o vazio atormentado de quem chora por dentro. Quero ajudá-lo, mas ele não me deixa aproximar. Chora sozinho, fechado no quarto. Dorme de costas voltadas para mim, como uma sólida muralha de carne que não deixa o mundo entrar. Fala comigo com palavras vazias, em frases que não possuem significado mais profundo. Costumava tecer tudo o que dizia com os fios da intensidade do seu amor. Agora, fala comigo porque a isso é obrigado. Agora, nada do que diz tem interesse ou significado. A
Não tenta, porém alcançar-me. Em vez disso, recua, preferindo fazer isto sozinho. Porque me culpa. Culpa-se a si mesmo e culpa-me a mim. Acima de tudo, culpo-me a mim. Acima de tudo, quero que ele pare de chorar, de sofrer, de penar com toda a sua alma.
Não compreendo o sentimento de perda. Duvido que alguma vez venha a compreendê-lo. Compreendo, porém, o meu homem. Não tardarei a perdê-lo. Irá acontecer precisamente aquilo que tentei evitar ao fazer o que fiz e dizer o que disse. Mas, desta vez, não o perderei para outra mas sim para ele próprio. Consigo prever o que vai acontecer: vai afogar-se na sua dor, afundar-se tanto que não será capaz de emergir. Será puxado para aquelas profundezas lúgubres e cinzentas e nunca mais voltará a viver. A única coisa que poderei fazer é ficar em terra a observar.
gostei tanto, escreves muito bem *
ResponderEliminaramei o blog . vou seguir (:
ResponderEliminarmuito obrigado!
ResponderEliminaro teu texto está lindo.
obrigada :)
ResponderEliminargostei do teu texto, tou a seguir
querida ja tentaste dar-lhe tempo e espaço para ele tentar reconstruir-se sozinho?
ja passei por isso e é dificil ver uma pessoa que se afastou de nos a sofrer e nao podemos fazer nada porque nao nos deixa. força*
ora essa. nao precisas de agradecer. temos que ser uns para os outros. fazes bem*
ResponderEliminardeixo-te aqui o meu mais recente blog com outra conta :) http://inspiringreflection.blogspot.com/
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